segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Todos os dias viajamos...

Viajar é um dos grandes prazeres da minha vida. O nosso mochilão começou, ao menos para mim, no dia em que decidimos qual seria o nosso roteiro e, então, compramos as passagens. Já estava viajando quando pesquisava albergues, trens, passeios, restaurantes, baladas, enfim, todos os lugares que gostaria de visitar quando chegasse aos nossos (porque afinal foram 11 cidades) destinos.
Enquanto estava aqui em São Paulo, planejando todos os mínimos detalhes, já estava viajando dentro de mim mesma, criando expectativas e cultivando sonhos sobre os lugares que eu iria conhecer, as experiências que viveria, as pessoas que encontraria no meio de caminho. Esse planejamento todo já deu um gostinho especial e incrivelmente prazeroso à nossa viagem.
No entanto, ainda que dentro de mim eu já estivesse viajando, de fato ainda estava em São Paulo, vivendo a minha rotina, dormindo todas as noites no meu quarto.
Foi só no dia 27 de julho que a nossa tão esperada viagem se concretizou exteriormente, de forma que eu finalmente pudesse senti-la e deixasse de apenas imaginá-la. Senti-la com todos os sentidos (e senti prazeres inesquecíveis): quitutes deliciosos, desde escargots parisienses até gelatos italianos; experimentei o calor infernal da Itália, e o refrescante rio no Englischer Garten em Munique; comprei perfumes deliciosos na Espanha, mas tive que encarar o desagradável cheiro humano (em um verão de 35°) nos metros de diversas cidades ; escutei melodias maravilhosas e inesquecíveis, como no festival de Jazz em Praga e as típicas guitarras espanholas em Barcelona; inundei os olhos com tantas belezas arquitetônicas, artísticas, naturais.
A Europa chega a ser inebriante, pois parece que todos os meus sentidos estava aguçados 24h por dia. E eu quis aproveitar cada segundo, cada estímulo, cada beleza que estava na minha frente. Acredito que consegui. Aproveitei ao máximo, e por isso estou esgotada...
Mas não parei de viajar... não parei de viajar, porque no momento em que pousei em São Paulo e encontrei a minha família quis contar tudo o que eu fiz, tudo o que eu vi, tudo o que me encantou. E o delicioso é que relembrando e contando da nossa viagem eu consigo aproveitá-la mais uma vez, viver novamente milhares de lembranças que estarão guardadas para sempre na minha memória. E assim eu posso viajar de novo, quantas vezes eu quiser, voltar sempre que tiver vontade para os lugares que mais gostei, visitar os amigos que fiz, ouvir as músicas que me encantaram.
Viajar dentro de nós mesmos é fácil. Basta escolher o destino. O resto fica para a imaginação. E podemos viajar todos os dias, fazendo pequenos planos de novas viagens sempre que quisermos, algumas que se concretizarão, outras que talvez fiquem para sempre em nossos planos, como eternos sonhos.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Voltar

Nossa, como é surreal estar de volta. A vida continuou por aqui talvez não igual, mas no mesmo ritmo, e você viveu tanta coisa tão diferente, tão única... Você é uma pessoa diferente tentando preencher o espaço que ficou com a ausência da pessoa que você era. Você enxerga as coisas de uma forma sutil e inexplicavelmente diferente. O seu corpo está em outro ritmo físico e mental; você está acostumado com novidades todos os dias, andando para todos os lados. Você está aberto, disposto a conhecer, aprender, interagir, descobrir. Você cresce e amadurece muito, começa a entender o que realmente é importante para você, quais são os valores que você quer manter, quais os ideais que você busca. Como o querido Giovanni de Venezia nos ensinou, você começa a se perguntar não só o que faz da vida, mas também o que faz com a vida – com cada momento dela e com ela como um todo.

E de volta você está na rotina, no trabalho, na faculdade. Mas, novamente, você não é quem você era. Você começa a questionar as decisões que você fez, as coisas que você atura, o que você tolera, e ao mesmo tempo começa a valorizar o que te faz bem. Começa a pesar as coisas, começa a pensar na eterna busca do tão visado equilíbrio.

E a vida continua, sempre mudando, sempre a mesma.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Valencia, para finalizar.

Permeada de melancolia eh que eu escrevo esse ultimo post do Velho Continente.
Faz pouco mais de um mes que estamos viajando, mas, ao mesmo tempo que parece ter passado rapido demais, sinto que Paris ficou looonge no calendario! Eh...todo carnaval tem seu fim e todo bom fim tem de ser melancolico, pois significa que o inicio e o meio valeram a pena!
Hoje eh nossa ultima noite aqui e o dia se resumiu em uma unica palavra: praia! Foi um dia de nao fazer nada, a nao ser tostar no sol, que se contrastou com todos os outros dias agitados, de longas caminhadas e dores nos pes. Como eh bom n ao fazer nada!!
Valencia eh uma cidade da noite. Extremamente pacata durante o dia, por causa da siesta (e que siesta, diga-se de passagem), poucas pessoas se vê na rua, a partir da uma da tarde ate as cinco. Tudo fechado, apenas um ou outro restaurantezinho aberto. Depois desse horario as ruas comecam a encher e os bares lotar.
Algunas cosas que me gustarán: cidade muito arborizada, calcadas largas e com pisos (sim, pisos nas ruas!), come-se por menos do que em todos os outros lugares que estivemos, praia, e paella!
A famigerada paella valenciana eh realmente muy buena, ontem tivemos uma aula aqui no hostel e depois comemos todos no terraco, bem legal e gostoso, claro!

Ai ai...muitos pensamentos desordenados, melhor parar por aqui...e escrever quando tudo tiver um poucomenos confuso!

domingo, 25 de julho de 2010

Barcelona!

Barcelona é indescritível. Diferente da maioria dos lugares da Europa, é viva até de madrugada - e não digo viva no sentido de ter vida noturna, mas viva de pessoas andando nas ruas e sentando nas praças! Estou adorando "tapear" meu estômago com papas fritas e croquetes de pollo! :)

Com uma overdose de Gaudí, já visitamos o Parc Güell, subimos a inacabada Sagrada Família, conhecemos La Pedrera.. Ele era completamente doido, mas adoro a liberdade que ele via na arquitetura. Parece que muitos arquitetos esquecem a arte que existe dentro dessa profissão e ficam preocupados apenas com praticidade, agilidade, utilidade.. Gaudí não! Ele brincava com cores e formas, colocando em prática uma imagem artística que tinha na cabeça. Adorei! E o fato dele praticamente não deixar nenhum edifício quadrado me lembra muito a escola waldorf.. Aiai, saudade da arte fazendo parte do dia a dia..

Hoje fomos à praia, e é muito diferente. O mar é azul e muito gostoso (limpo), e a areia é artificial, então além de te deixar brilhante, não gruda no corpo. Basta passar a mão que sai! Gostei bastante.

O clima da cidade é o máximo... Com certeza está entre as minhas tops da viagem. Adorei! Morar aqui deve ser muito gostoso!!

Amanhã último dia completo em Barcelona.. Já estou com saudade...

Beijos!





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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Política de Pão e Circo

Roma é uma cidade intrigante; às vezes, parece São Paulo, com o trânsito caótico, as pessoas espertinhas, a pressa de cidade grande. Mas de repente surge na esquina de uma grande avenida um monumento histórico, cheio de lembranças e contos e vidas passadas. Isso não deixa de me impressionar. Enquanto estava vislumbrando o Colosseo, por exemplo, ficava imaginando a vida durante o Império Romano. Apenas 100 dias após sua abertura ao público, 5.000 animais selvagens já haviam sido mortos frente aos 50.000-70.000 espectadores romanos, que assistiam ao "espetáculo" em lugares baseados pela classe social. É enorme, e entretia as pessoas com a política do pão e circo, sustento básico e diversão, tirando espaço na rotina dos cidadãos para estudos políticos, críticas ao governo, educação política. Parece familiar, não? E então fico pensando até que ponto mudamos.. Até que ponto o "velho" se diferencia do "novo". Até que ponto aprender a história realmente ajuda a prevenir-se, a evoluir. Enfim, o Colosseo é imperdível.

Passear pelo foro romano também. Dá para vividamente imaginar os romanos andando por lá, com mercadorias talvez, passeando pelas ruazelas com as fontes, as escadas, os arcos..

Já ontem a visita foi ao Vaticano. A Basílica de São Pedro merece a palavra que melhor lhe descreve: imponente. Você se sente minúsculo ali, mais uma formiguinha do formigueiro. É de tanta riqueza que não parava de pensar o quão capitalista a Igreja Católica realmente é! Mas o que realmente me deixou feliz lá foi ver a Pietá, de Michelangelo. Tinha vontade de abraçá-la, tamanha a riqueza do movimento.

Alem disso, foi la que completamos a triade de subir os 3 maiores domos do mundo: 409 degraus em Londres, 463 em Firenze e 551 no Vaticano! 551!! E fomos de escada mesmo. Mas imagine a vista... Viamos a cidade inteira!


Na verdade, os autores renascentistas são os que nunca deixam de me impressionar. Principalmente Da Vinci, Rafael e Michelangelo. Da Vinci pela diversidade, curiosidade, inovação, geniosidade, ousadia e brilhantismo; Rafael pela racionalidade, pelos significados ocultos em todas as obras, pelas pinceladas significativas; e Michelangelo pelo talento, pela facilidade de expressar emoções, sentimentos, movimentos e reações. Cada um lidando de forma diferente com a Igreja, com seus ideais, com as suas obras, com os seus métodos.. E mesmo assim, cada um deixando a sua marca no mundo. Adoro. Pensei muito nisso na Capela Sistina. Michelangelo pintou o teto quando tinha 33 anos, e demorou quatro anos para terminar. Depois, com um pouco mais de 60 anos, comecou a pintar o Julgamento Final, na parede do altar, e demorou seis anos para terminar. Incrivel a dedicacao...



Por fim, não podíamos deixar de fazer um pedido à Fontana di Trevi, jogando uma moeda enquanto de costas para a fonte. Quem resistiria?



Baci di Roma!

PS: Nao consigo postar as fotos que tiramos porque o wi-fi daqui e muito ruim..

PPS - Como reconhecer um bom gelatto italiano: procure o gelatto de banana. Se estiver com cor amarelada, e feito artificialmente, entao dispense. Se estiver com uma cor acinzentada, e caseiro, entao pode pegar qualquer um que vai ser otimo. O meu preferido definitivamente e o de Nocciola!

PPPS: MEDO dos mafiosos que pagaram nosso almoco!!! Rsrs.

Mini conto.

Ja passava das 14h, as garotas procuravam um ristorante per mangiare una pasta depois de uma manha cansativa e ensolarada no Coliseo e no Forum Romano. Encontraram um que lhes pareceu bem tipico: era pequeno e nao facilmente notavel quando se anda desatento pelas ruas.
Entraram. De fato era pequeno. Havia somente duas mesas ocupadas, uma por uma familia (turistas), a outra por tres italianos meia idade. Todos, de repente, pararam de comer e conversar, como se a presenca das garotas estivesse atrapalhando um momento intimo.
As garotas se sentiram um pouco incomodadas, mas ainda assim, se sentaram a mesa ao lado da dos italianos e logo escolheram sua pasta.
O assunto que preencheu o vazio da espera da comida nao podia ser outro que nao a cena da mesa ao lado.
Tres italianoes bem apresentaveis, por volta de 58 anos, conversando baixo, mesa farta e um pacote grande na cadeira vazia.
"Certeza que e uma reuniao de mafiosos", "Mas eles nao usam o anel da mafia", "HOje em dia nao se usa mais anel, nao pode dar na cara", "O dono do restaurante tambem tem cara de mafioso", "Eles sempre se encotram aqui"...
A comida chegou, estava simplesmente maravilhosa.
A familia de turistas foi embora e o unico garcom do restaurante puxou algumas conversas, elas disseram que eram do Brasil.
Depois da sobremesa, igualmente maravilhosa, um dos italianos fala em tom de voz mais alto que seu colega (o outro mafioso) morava no Brasil. Foi a deixa para as mesas comecarem a interagir.
Depois de alguns minutos de conversa, algumas risadas, um dos italianos decide oferecer algo as garotas, como uma sobremesa ou bebida.
Todas agradecem, mas rejeitam a gentileza.
As garotas pedem a conta. Sem duvida foi o maior numerario da viagem, una stravaganza!
Em meio a discussao tipica do "quem paga o que", eis que surge a nova oferta: "lascia, paghiamo noi il conto!" (deixa, e por nossa conta!)
Todas agradecem, fingem que querem rejeitar a gentileza, mas nao conseguem.
O Corleone moderno as convenceu de que nao teria problema algum, estavam festejando, seria um prazer!
E assim foi, e assim se fez. A mais cara e mais barata refeicao de todos os tempos, suportada pelos poderosos chefoes!

La Fontanella Sistina, em Roma, e a Bat Caverna e si mangia bene da morire!



terça-feira, 20 de julho de 2010

Ciao Firenze, Ciao Roma!

Ciao, Firenze...








.. E ciao Roma!!






Beleza de cidade, calor de morrer e trânsito de louco. Já estou adorando Roma!!

Baci!

PS - Pérolas da Pati:

- "Gostou da minha máscara?", "Sim, é linda, um desbunde".
- "Significam amor e coragem. É para ter coragem no amor e amor pela coragem! Nossa, estou uma poeta hoje.", "Sim, muito poética, um desbunde."
- "E aí, que achou?", "O máximo, um desbunde."
- "Um desbunde."

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